O diácono e a oração

25-11-2010 19:19

 

O DIÁCONO E A ORAÇÃO

Pr. Oenes de Carvalho.

1 ) O DIÁCONO

1.1 ) A INSTITUIÇÃO DOS DIÁCONOS ( Atos 6: 1-2)

 Esse capítulo do livro de Atos relata um momento interessante na história da igreja primitiva, uma má distribuição estava acontecendo, gerando críticas por parte do grupo prejudicado (viúvas ). Para promover a equidade no tratamento para com aquelas mulheres, os apóstolos decidem pela indicação de sete irmãos que pudessem distribuir as provisões de forma que todos ficassem satisfeitos.

1.2) CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA DOS DIÁCONOS ( Atos 6: 3)    

1º “Escolhei dentre vós” (Critério eclesiástico)

Observamos que os sete foram escolhidos dentro da sua comunidade de fé, eles não vieram de fora, mas foram gerados pela igreja.

 A igreja deve ser um ambiente saudável para a formação de seus oficiais. Tanto diáconos, como presbíteros e também pastores. Igrejas saudáveis produzem obreiros saudáveis. Igrejas maduras produzem obreiros maduros. Por isso o critério dos apóstolos.

 “Boa reputação” (Critério Ético)

O segundo critério para escolha dos diáconos, apontado pelos apóstolos, foi ético. Como sabemos, no contexto de Atos 6, os diáconos estavam sendo levantados para distribuir os recursos materiais entre as viúvas pobres, logo, eles teriam que lidar com dinheiro e outros recursos e, sendo assim, precisavam, então, ter a confiança dos apóstolos e também do povo.

 

3º “Cheios do Espírito Santo” (Critério Espiritual)

Para o ministério cristão a unção é imprescindível. No contexto de Atos 6, aprendemos que os diáconos foram levantados para distribuir cestas básicas para as viúvas e mesmo para um serviço tão óbvio e simples na obra de Deus, se faz necessário ser cheio do Espírito Santo.   

4 º “E de Sabedoria” (Critério Intelectual)

 O quarto critério para escolha dos diáconos, apontado pelos apóstolos, foi intelectual. Os homens levantados para servir na comunidade da fé deveriam ser cheios de sabedoria, pois teriam que lidar com as demandas dos irmãos que precisariam de socorro e alívio.

 

 

 

2) A ORAÇÃO

A oração é uma comunicação multifacetada entre os crentes e o Senhor. Além de palavras como “oração” e “orar”, essa atividade é descrita como:

 

Invocar a Deus (Sl 17.6);

Invocar o nome do Senhor (Gn 4.26);

Clamar ao Senhor (Sl 3.4);

Levantar nossa alma ao Senhor (Sl 25.1);

Buscar ao Senhor (Is. 55.6);

Aproximar-se do trono da graça com confiança (Hb 4.16) e

Chegar perto de Deus (Hb 10.22).

3) O DIÁCONO E A ORAÇÃO

POR QUE O DIÁCONO PRECISA TER UMA VIDA DE ORAÇÃO?

1º ) Por que é um mandamento

 A bíblia apresenta motivos claros para o povo de Deus orar.

1 – Antes de tudo, Deus ordena que o crente ore. O mandamento para orarmos vem através dos salmistas ( 1 Cro 16.11; Sl 105.4), dos profetas (Is 55.6; Am.5.4,6), dos apóstolos (Ef. 6.17,18; Cl 4.2; 1 Ts 5.17) e do próprio Senhor Jesus (Mt 26.41; Lc 18.1; Jo 16.24).

Deus aspira a comunhão conosco; mediante a oração, mantemos o nosso relacionamento com Ele. 

2 - A oração é o elo que carecemos para recebermos as bênçãos de Deus, o seu poder e o cumprimento das suas promessas. Numerosas passagens bíblicas ilustram esse princípio. Jesus, por exemplo, prometeu aos seus seguidores que receberiam o Espírito Santo se perseverassem em pedir, buscar e bater à porta do seu Pai celestial (Lc 11.5-13). Por isso, depois da ascensão de Jesus, seus seguidores reunidos permaneceram em constante oração no cenáculo (At 1.14) até o Espírito Santo ser derramado com poder (At. 1.8) no dia de Pentecostes (At. 2.1-4). Quando os apóstolos se reuniram após serem libertos da prisão pelas autoridades judaicas, oraram fervorosamente para o Espírito Santo lhes conceder ousadia e autoridade divina para falarem a palavra dEle. “E, tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus” (At 4.31).

3 – Deus, no seu plano de salvação da humanidade, estabeleceu que os crentes sejam seus cooperadores no processo da redenção. Em certo sentido, Deus se limita às orações santas, de fé e incessantes do seu povo. Muitas coisas não serão realizadas no reino de Deus se não houver oração intercessória dos crentes. O poder de Deus para cumprir muitos dos seus propósitos é liberado somente através das orações contritas do seu povo em favor do seu reino. Se não orarmos, poderemos até mesmo estorvar a execução do propósito divino da redenção, tanto para nós mesmos, como indivíduos, quanto para a igreja coletivamente.

 Orar não pode ser visto pelo diácono ou por qualquer outra pessoa como um ato de penitência para meramente subjugar a carne. Em nenhum momento a Bíblia traz esta ênfase. Oração não é castigo (assim como a leitura das Escrituras), a ideia que alguns pais equivocadamente passam para os filhos, quando os ordena a orar como disciplina por alguma desobediência. Eles acabam criando uma verdadeira repulsa à vida de oração, desconhecendo o verdadeiro valor que ela representa para as suas vidas, por terem aprendido pela prática a reconhecê-la apenas como meio de castigo pessoal. Ao contrário, se aprenderem que orar é ato que eleva o espírito, e brota de maneira espontânea do coração consciente, como ensina a Bíblia, saberão cultivar a oração como exercício de profunda amizade com Deus que resulta em crescimento espiritual (Cl 1:9 “ Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual”). De igual modo, o mesmo acontecerá conosco.

É interessante que os discípulos nunca pediram a Jesus para que lhes ensinasse a pregar. Mas eles pediram-lhe para que lhes ensinasse a orar. Jesus ensinou que um dos segredos da oração poderosa é simplesmente orar em secreto. “Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” Mt 6.6. Isso mostra que na oração precisa ter intimidade, orar e abrir o coração para Deus. O Rei dos reis e Senhor dos senhores nos convida para um encontro particular com ele todos os dias. É um encontro íntimo de um Pai bom e maravilhoso com um filho necessitado. É BOM LEMBRAR que Deus não ouve o clamor do arrogante, Deus não ouve o clamor do soberbo; mas Deus está atento a oração do necessitado Sl 34.6

 O maior exemplo de oração, no entanto, foi o próprio Mestre. Sendo ele o Filho de Deus, cujos atributos divinos lhes asseguravam o direito de agir sobrenaturalmente, podia dispensar a oração como prática regular de sua vida. No entanto, ao humanizar-se, esvaziou-se de todas as prerrogativas da divindade e assumiu em plenitude a natureza humana (Fp 2:5-8 "Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz." Ora, isto significa que o Senhor dependeu tanto da oração como qualquer outra pessoa que se proponha a servir integralmente a Deus. Ela foi o instrumento pelo qual pôde suportar as afrontas, não dar lugar ao pecado, tomar sobre si o peso da cruz e vencer o maligno (Mt 26:36-46)

O que a Igreja   espera do diácono que tem uma vida de oração?

ü Que o diácono seja exemplo para as novas gerações quanto ao modo como se dedica ao serviço de Deus.

ü Que o diácono esteja sempre disponível para servir a Deus e a sua igreja.

ü Que o diácono seja uma pessoa que sempre mereça a confiança da Igreja

ü Que o diácono exerça o seu trabalho com excelência e alegria

 

 

O verbo traduzido por “enchei- vos” traz no original algumas lições importantes:

ü É um imperativo – pois se trata de uma ordem.

ü Está no plural – por isso, aplica-se não só aos diáconos ou diaconisas, mas a todos os crentes.

ü Está na voz passiva – o que significa que a ação de estarmos cheios do Espírito é atribuição dEle.

ü Está no tempo presente contínuo – Isto é, designa uma ação constante, contínua, perene. Pode ser traduzido como “Deixai-vos encher continuamente do Espírito”

Quando os obreiros e os crentes de uma forma geral são cheios do Espírito os nossos cultos  são marcados com: Salmos, e hinos, e cânticos espirituais e salvação de almas. Ef 5.19

Conclusão: Quando o diácono tem uma vida de oração e se dispõe a fazer o melhor na obra do Senhor,não somente as suas necessidades são supridas,mas também as do corpo de Cristo são atendias. Antes de terminar quero lembrar que o único pedido de oração que Jesus fez a todos nós foi: “Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos; rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara”.

Que você seja este obreiro cheio do Espírito Santo, apto para trabalhar em sua seara.